ESTUDO DA BIOLOGIA, ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DAS TARTARUGAS MARINHAS DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL CANANÉIA-IGUAPE-PERUÍBE, MOSAICO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO JURÉIA-ITATINS E ESTAÇÃO ECOLÓGICA TUPINIQUINS
*espécies consideradas criticamente em perigo de extinção em lista oficial.
O Projeto SOS Tartarugas Marinhas tem como objetivo principal, estudar aspectos biológicos e ecológicos das tartarugas marinhas nas áreas das Unidades de Conservação Canéia-Iguape-Peruibe, Mosaico de Unidades de Conservação Jureia-Itatins e Estação Ecológica Tupiniquins no Município de Peruíbe e utilizar os dados obtidos para fins científicos, socioeducativos e conservacionistas. Nas praias que integram as Unidades de Conservação que fazem parte do Município de Peruíbe, área de estudo do presente projeto, diversos dos fatores relacionados anteriormente como ameaças às tartarugas marinhas estão presentes. Relatos verbais por moradores locais de encalhes de animais, apresentando tumores (fibropapilomatose) são frequentes. Inclusive, a equipe do IBIMM registrou, em maio deste ano, um indivíduo da espécie Chelonia mydas encalhado morto, com presença de diversos tumores. As tartarugas apareceram no planeta a mais de 200 milhões de anos e pertencem à linhagem mais antiga de répteis vivos (LUTZ; MUSIK, 1997). Distribuem-se amplamente entre as bacias oceânicas, com maior parte das concentrações de ocorrências reprodutivas nas regiões tropicais e subtropicais (PRITCHARD, 1997). No Brasil, são registradas ocorrências de 5 das 7 espécies existentes, sendo elas: Caretta caretta (tartaruga cabeçuda), Chelonia mydas (tartaruga verde), Eretmochelys imbricata(tartaruga de pente), Dermochelys coriacea (Tartaruga de couro) e Lepidochelys olivacea (Tartaruga oliva) (MARCOVALDI; DOS SANTOS, 2011). A espécie C.mydas é a que apresenta maior número de ocorrências na região costeira Brasileira, incluindo encalhes, avistagens e capturas incidentais (Banco de Dados do TAMAR/SITAMAR). criticamente em perigo.O Brasil é signatário da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Selvagem (sigla CITES em inglês). Todas as espécies que ocorrem no país também são relacionadas na lista da CITES (CITES, 2015). Diversas são as ameaças às tartarugas-marinhas, sendo a interferência humana a causa do colapso das populações desses animais. Fatores como o desenvolvimento costeiro, atividade pesqueira, predação, alterações climáticas, utilização da carne dos animais e/ou carapaças, poluição e enfermidades causam impactos negativos nas populações de tartarugas marinhas (MARCOVALDI; DOS SANTOS, 2011).
Além dos fatores já citados, as tartarugas podem ser afetadas por uma variedade de problemas de saúde. Dentre eles, destaca-se a fibropapilomatose, constatada especialmente na espécie Chelonia mydas, mas que é considerada uma crescente ameaça à saúde das populações de tartarugas marinhas em geral (DOS SANTOS et al., 2010; MARCOVALDI; DOS SANTOS, 2011).A fibropapilomatose é uma condição debilitante que afeta as tartarugas marinhas e pode prejudicar o forrageamento desses animais e a função orgânica. É caracterizada pelo desenvolvimento de tumores nos olhos, cavidade oral, tegumento, carapaça, plastro ou órgãos internos (DOS SANTOS et al., 2010).
Sendo assim, o projeto se justifica, para criar ações mitigadoras, que visem à redução da interação antrópica com estes animais, que se encontram criticamente ameaçados de extinção.
Objetivo Geral
Estudar aspectos biológicos e ecológicos das tartarugas marinhas nas áreas das Unidades de Conservação Canéia-Iguape-Peruibe, Mosaico de Unidades de Conservação Jureia-Itatins e Estação Ecológica Tupiniquins no Município de Peruíbe e utilizar os dados obtidos para fins científicos, socioeducativos e conservacionistas.
Objetivos Específicos
– Realizar a identificação das espécies de tartarugas marinhas que ocorrem na APA Cananeia-Iguape-Peruíbe, Mosaico de Unidades de Conservação Jureia-Itatins e Estação Ecológica Tupiniquins;
– Realizar a biometria dos indivíduos em acordo com métodos utilizados pelo TAMAR/ICMBio;
– Registrar os indivíduos por meio de equipamento fotográfico;
– Observar a utilização do espaço pelas tartarugas marinhas e verificar as áreas com maiores incidências;
– Por meio de observação direta, analisar os aspectos biológicos e ecológicos associados à alimentação das tartarugas marinhas com ocorrência na área de estudo;
– Realizar a Necropsia e Taxidermia dos indivíduos encontrados mortos e depositar os espécimes em coleções científicas do IBIMM ou doá-los para outras entidades;
– Em caso de indivíduos anilhados/microchipados, efetuar leitura, realizar biometria e enviar os dados para a instituição que procedeu à marcação;
– Realizar o monitoramento dos encalhes na área de estudo;
– Observar e analisar a ocorrência de parasitas internos e externos;
– Verificar, coletar e identificar as espécies de algas marinhas presentes nas carapaças dos indivíduos estudados;
– Utilizar os dados obtidos para trabalhos de educação ambiental e conservação;
– Promover a conscientização sobre a importância da área de estudo na conservação das espécies ameaçadas.